Oftalmologia Pediátrica: devo limpar os olhos do bebê?

Antes mesmo do nascimento, a saúde ocular do bebê deve receber atenção: no pré-natal, orientações com relação à alimentação materna e acompanhamento de sua saúde para diagnóstico precoce e/ou prevenção de doenças congênitas capazes de afetar a visão do bebê, como Sífilis, Rubéola e Sarampo, por exemplo, são realizadas. Logo após o nascimento, os cuidados com os olhos do recém-nascido são essenciais, caracterizando a Oftalmologia Pediátrica.

Ainda na maternidade, o bebê passa pelo Teste do Olhinho, uma triagem inicial para avaliação e identificação de alterações oculares, sobretudo oftalmopatias congênitas (entenda como funciona o Teste do Olhinho).

Cuidados oculares pós-parto

Logo após o parto, é realizada a limpeza da região ocular para que, em seguida, uma gota de colírio de nitrato de prata a 1% seja aplicada em cada olho da criança. Tal procedimento tem por objetivo evitar a contaminação ocular por bactérias que possam estar presentes no canal vaginal e nas secreções genitais da mãe no momento do parto, seja ele realizado de modo natural, seja por meio de cesárea.

Devo limpar os olhos do bebê em casa?

Após deixar a maternidade, muitas famílias sentem dúvidas no que diz respeito aos cuidados iniciais com o bebê em casa. No que tange aos olhos, os cuidados necessários e como realizá-los causam insegurança, sobretudo em pais de primeira viagem.
Uma das perguntas mais frequentes é: devo limpar os olhos do bebê? Sim! A higienização regular dos olhos da criança é de suma importância para evitar inflamações e infecções oculares, como a Blefarite e a Conjuntivite, por exemplo. Contudo, como são mais delicados, os olhos infantis devem ser tratados de modo cuidadoso!

Para limpar a região ocular do bebê, o melhor momento é a hora do banho. Com um algodão umedecido em água morna filtrada ou soro fisiológico, é possível higienizar o entorno dos olhos, como as pálpebras e os cílios.
Para retirar aquelas secreções que se acumulam no canto dos olhos, a gaze é mais indicada. Em movimentos sutis, a gaze dobrada ao meio e já umedecida em água morna filtrada ou soro fisiológico ajuda a remover as secreções fisiológicas com mais facilidade, sem machucar os olhinhos do bebê. Vale destacar que o algodão e a gaze utilizados em um olho não devem ser os mesmos usados para a higienização do outro, evitando-se, assim, que haja contaminação.

Após a limpeza, é preciso secar os olhos da criança. Para isso, o dedo indicador envolvido em uma tolha limpa e macia pode, delicadamente, pressionar a região ocular, sem esfregar ou causar atrito.
É essencial que, durante o banho, evite-se que os olhos do bebê entrem em contato direto com a água da banheira e com sabonetes e shampoos utilizados na higienização do corpo e do cabelo para que irritações e inflamações sejam evitadas.

De olho no bebê

Alterações oculares em recém-nascidos devem ser imediatamente avaliadas pelo Médico Oftalmologista! Uma das condições que podem afetar os pequenos é a obstrução do canal lacrimal, já que os ductos lacrimais, nesse período da vida, são mais estreitos. Assim, lacrimejamento excessivo, irritação ocular, vermelhidão, secreção ocular em demasia e inchaço no canto dos olhinhos devem ser entendidos como sinais de alerta!